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Apr

Depois que saímos para uma viagem, nunca mais voltamos os mesmos. Essa não foi a primeira vez que vivi uma experiência transformadora. E também não será a última.

Até pouco tempo atrás, o pouco que sabia sobre o Quênia é que o País é o principal polo gerador de excelentes maratonistas, que a população é muito pobre, e que sua capital, Nairóbi, é famosa pelo transito caótico.
Pois bem, tempos atrás descobri pelas redes sociais que uma brasileira havia criado um projeto social para oferecer melhores condições às crianças de Kabiria, uma das áreas mais pobres de Nairóbi.
Mandei um e-mail e marcamos de nos encontrar numa Starbucks de São Paulo. Após contar sobre a P&PE e meu propósito, percebi que dali poderia surgir alguma parceria bacana. Passados alguns meses, elaboramos um programa conjunto para levar pessoas interessadas em voluntariar junto ao projeto e aproveitar para conhecer aquele País, até então pouco conhecido.
Só que isso não era o suficiente. Eu precisava ir ver com meus próprios olhos o que havia encantado tanto aquela menina que passara 8 meses numa cidade, que eu vim a descobrir, ser nem um pouco agradável e com um transito ainda mais caótico do que eu imaginava.
Manda e-mail pra cá, recebe e-mail de lá e quando vi estava com um roteiro pronto para visitar as crianças do Hai África e de quebra ainda visitar alguns safari camps no Quênia.
Fidel - Hái Africa
Me comuniquei com a Zara, uma queniana muçulmana pra lá de simpática, que cuida do projeto enquanto a Mariana fica aqui no Brasil atrás de recursos. Marcamos de nos encontrar no meu hotel e seguirmos para a sede do projeto.
Evidente que, em função do trânsito, marcar hora não é muito recomendado. Se quiser ser mais preciso, o ideal é marcar um encontro com algumas horas de janela, tipo algo entre 9am e 11am!
Conhecer as crianças foi uma experiência única. Os olhares desconfiados daquelas crianças foram sendo substituídos por sorrisos largos e agradecidos, conforme distribuíamos roupas, calçados, escovas de dente, materiais escolares, cookies, entre outros donativos arrecadados junto aos mais variados grupos de amigos.
Rico Lindenbojm e crianças quenianas
A volta para o hotel, vale à pena comentar. Na companhia da Zara, pegamos um “matatu”, como são chamados os coletivos locais. Para se diferenciar entre eles, e atrair clientes, cada um tem uma temática e decoração diferenciada. Tipo de lembrança pra ficar na memória.
A segunda parte da viagem, se é que podemos dividir uma viagem em partes, foi para conhecer alguns “safari camps” e entender porque o Quênia serviu de inspiração para o clássico da Disney, Rei Leão.
Pegar um avião com poucos lugares, 12 para ser mais exato, não foi nenhuma novidade. Agora decolar e pousar em pistas de terra no meio da savana africana, agora sim eu posso falar que já fiz.
O Quênia possui algumas reservas para os safáris sendo que cada uma delas tem suas próprias características e é mais indicada para ver um animal em especial. Não que, ao escolher uma opção, você deixará de ver outros animais, apenas terá mais chances de ver um específico.
Começamos nossa aventura visitando a reserva The Ol Pejeta, apenas 45 minutos para o noroeste da capital e aos pés do monte Kenya, a segunda montanha mais alta do continente ficando atrás somente do monte Kilimanjaro.
A reserva, localizada bem na linha do Equador, possui mais de 200km quadrados de área e, além de encontrar todos os Big 5, ainda é possível visitar o Baraka, um senhor rinoceronte que vive no local há 22 anos e que ficou cego após uma briga com outro animal da mesma espécie. Não é a toa que o local onde ficamos hospedados se chama Porini Rhino Camp.
De lá seguimos para a reserva Ol Kinyei, vizinho das reservas de Naboisho e a reserva nacional de Maasai Mara, onde nos hospedamos no Porini Mara Camp. Pensa num lugar exclusivo e com uma quantidade e variedade de animais impressionantes? É aqui. São 17.500 acres de área exclusivas para os hóspedes. Isso significa que você não irá encontrar outros veículos de outros camps circulando pela região.
Momento "National Geographic"
Foi aqui que pudemos observar, por 3 horas, uma família de guepardos devorando uma impala. O que só tinha visto em documentários, acontecia bem ali na nossa frente. Sem hora marcada. Sem sombra de dúvidas, um dos momentos mais marcantes da viagem.
Na sequencia nos mudamos para outro camp, dessa vez o Porini Lion Camp. E adivinha qual era a atração principal? Se pensou nos leões, devo acrescentar que, além deles, avistamos outros felinos como os jaguares e guepardos, sem deixar de mencionar as outras espécies da região como elefantes, girafas, zebras, búfalos, etc.
Pra quem já assistiu ao  O Rei Leão, imagine-se estar dentro do filme. Essa era a sensação diária. Não foi à toa que a região serviu de cenário/inspiração para a ambientação deste clássico da Disney.
Já nos preparando para o término da viagem, retornamos à Nairóbi onde, desta vez, ficamos hospedados dentro do Parque nacionais da cidade, fundado em 1946 e que pode ser considerado um dos maiores parques “urbanos” do mundo.
Isso porque é possível fazer um safari estando praticamente ao lado da cidade. De um lado, girafas, leões, zebras e do outro o skyline da cidade.
Safári no Quênia
No caminho para o aeroporto, fizemos uma última parada no orfanato de elefantes, principal atração da capital queniana e imperdível para quem gosta desses animais e para aqueles que estejam viajando com crianças. Estes pequenos paquidermes são uma fofura.
Vê-los brincando, se deliciando nas mamadeiras gigantes e poder conhecer sobre essa importante fundação que visa preservar a espécie, foi tudo o que eu precisava para me apaixonar de vez pelo País e compreender porque uma brasileira também se apaixonou e decidiu fazer algo para melhorar as condições de vida de algumas crianças locais.
Orfanato de elefantes no Quênia
Pra mim, poder viajar e fazer o bem é uma oportunidade de inspirar os amigos e mostrar que é possível unir duas paixões. Antes mesmo de embarcar, movimentei minhas redes de contatos a fim de angariar donativos para levar às crianças do Hai África. O rostinho delas ao receberem roupas, brinquedos, materiais escolares, entre outros itens, ficará guardado para sempre em minhas lembranças. Isso por si só, já teria valido a viagem.
Crianças no Quênia - Projeto Hai África
Pra completar, ainda tive a oportunidade de dormir com todo o conforto em meio a savana africana e com dezenas de animais, selvagens diga-se de passagem, ao meu redor.
Acordar durante as madrugadas foi uma constante. Seja por culpa dos elefantes “cornetando”, os búfalos fazendo um lanchinho noturno ali do lado ou a mais marcante de todas, com a tenda sendo balançada por um hipopótamo que apenas se aproveitou das cordas de sustentação para dar uma coçadinha nas costas!
Que venham as próximas aventuras. Com muitas e boas histórias pra contar!
Para saber mais sobre o Hai Africa, é só visitar a página do projeto em:  www.haiafrica.com.br 

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Quer saber mais sobre o projeto Hai África e como viver esta experiência incrível? Conheça nosso programa exclusivo de voluntariado no Quênia!

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